dedilhar te


 

sentir nos dedos

as cordas do corpo

todas

acordar

acordes

melodias arquejantes

 

tensas atentas

as tuas

distender

vibrantes ao sabor

dos dedos

os segredos

 

dedilhar te

 

(cae; figueira da foz; jardins de inverno)

2 thoughts on “dedilhar te

  1. MEUS DEDOS

    “Escondo as palavras nos meus dedos”
    Para que abrindo as mãos tu possas ver
    O âmago da questão, os meus enredos
    E ler
    Que leias tudo em mim como num livro
    Aberto em várias partes da floresta
    Palavras a servir-te o aperitivo
    Da festa
    Calor que me aquece é benfazejo
    Se o frio da tua ausência me congela
    Serão tuas carícias um cortejo
    Em linda aguarela
    Escondo as palavras nos meus dedos
    E mostro-te as mãos em concha feita
    Para que explores os segredos
    Da mais pura receita
    Meu corpo que te sirva de lençol
    Apenas na leveza duma aragem
    Num raio que sem querer deixou o sol
    Sem margem
    Expia e aproveita todo o enleio
    Dos dedos recheados de palavras
    A teclar teu dorso no meu seio

    Maria Melo – no Livro “com mote Certo”
    Em chamas

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