viveres amargos


 

 

 

 

caetano da mata e zé caldinho (torreira, 2008)

caetano da mata e zé caldinho (torreira, 2008)

 

 
esperam os homens
a rede
no fim o saco
quem sabe
o peixe

rente à areia
corre a cala
avista-se o calão
o peixe
não

tudo tem seu tempo
aqui
onde o tempo corre
pelos sulcos rasgados no rosto
salgados viveres
amargos

 

(à memória do arrais zé murta, torreira, 2008)

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