
todos os hoje são uma semana que começa os dias são dias e nada mais o tempo passa simplesmente sem necessidades de calendário por debaixo das pedras na sombra fria um raio de sol procura os vermes sentados em cadeiras almofadadas de onde lançam compridas línguas para lamber a luz amanhã porque vai sempre haver um amanhã lembrar-nos-emos de terem sido tempo demais culpa nossa a de gritarmos apenas debaixo de outras pedras haverá um hoje em que a sua semana não se iniciará por ser só nossa nesse dia o sol quebrará as pedras o ventre dos vermes inchará e rebentará por esse dia lutaremos
(condeixa; eira pedrinha)