crónicas da xávega (98)


de como não devia ser

as dificuldades do arribar

as dificuldades do arribar

não sei se te sabes
se sou eu que te não sei
mas é nestes desencontros
que o presente morre
e se assassina o futuro

não me comovem as lágrimas
que não nascem das mãos
escrevo-te pregos e arame
instrumentos cortantes
ferramentas tuas de sangue fazer

o meu tempo é hoje
o teu também o será
mas são dias tão diferentes

a arte está em emendar a mão

a arte está em emendar a mão

(arribar; torreira; companha do marco; 2015)