” – ti zé, quando é que podemos gravar ?
– oh cravo, agora estou sozinho, mas pode ser segunda-feira pelas 6 da tarde”
foi assim e na segunda-feira, dia 12 de junho de 2017, nos juntámos na cozinha do ti zé rebeço e fizemos a gravação a que assistiram..
houve estórias para além de haver bateria que a memória é rara, as vivências muitas e o homem enorme.
memória de um tempo, de uma geração, de uma ria que já não volta mas importa celebrar e, porque não, reviver.
obrigado ti zé, há momentos em que vale a pena estar vivo, estes foram momentos em que valeu a pena.
(depois de ouvir a história de vida do ti zé rebeço)
eis o homem
sejam nele todos quantos
antes muito antes
araram e ceifaram a ria
límpidas e puras as palavras
como então as águas
que sulcavam a bordo dos seus barcos
homens sem nome sem rosto
moliceiros desconhecidos
a quem a terra que adubaram
que a tantos deu de comer
ainda lembra mas não recorda
ao moliceiro desconhecido
na terra que o viu nascer
tudo mas tudo lhe é devido
tarda a hora de o fazer
(o ti zé rebeço revive a descarga com moliço, no cais do bico)