odeio a violência em qualquer geografia ou contra qualquer raça toda a guerra longe é um horror perto toda a guerra perto é um horror que quereria imaginar nunca europa ásia áfrica américa são a minha casa o meu povo habita todos os territórios eu sou as minhas palavras assumo os meus actos em tudo sou pequeno mas tenho orgulho do meu tamanho odeio as guerras e os seus senhores a força e o seu exercício despudorado os tacticistas e os oportunistas hoje putin ontem quantos amanhã quem onde não me indigno porque é no meu bairro mas no meu mundo são os meus irmãos entre o escrever o dizer e o estar onde tu (figueira da foz; 26/02/2022)
guerra
crónicas da xávega (145)
o cinismo reina

mãos de mar, mãos de trabalho
guerra
é eu matar a tua gente
terrorismo
é tu matares a minha
as mãos que fazem armas
não são as mãos que as usam
guerra
é eu matar a tua gente
terrorismo
é tu matares a minha
aqueles que as armas matam
são quase todos inocentes
desconhecem guerra e terror
são homens mulheres crianças
no sítio errado no momento errado
as mãos que vendem armas
são mãos limpas
tão limpas que odeiam
as guerras e o terror
guerra
é eu matar a tua gente
terrorismo
é tu matares a minha
as mãos que vendem armas
são iguais às tuas iguais às minhas
mas não são as nossas mãos
porque não algemam
as mãos que fazem armas?
o cinismo reina

mãos salgadas, mãos de pão
(torreira; companha do marco; 2013)