postais da ria (465)


colhe de madrugada
as mais límpidas palavras
orvalhadas de sonho

no côncavo das mãos
sente-as
crescer sente-as

ergue os braços ambos
oferece-as 
ao vento da manhã

liberta-as
deixa-as ir

são o poema
que nunca escreveste

(regata de bateiras à vela; s. paio; torreira; 2014)