(resta-me crescer para a terra) pedregulhos imensos borbulhas disformes cobrem a terra a água nasce gelada para a minha sede nuvens raras brincam estranhos jogos selvagem meio rude paisagem é noite as trutas aguardam a hora de beijar no espelho da lagoa as migalhas ancestralmente os homens juntam-se em torno do fogo o fogo cerca a água chamados nocturnos oiço a tenda pequena junta-nos o chão duro magoa os corpos vivos é manhã o corpo entrego à água refrescando o cansaço para melhor morrer então cresço para a terra só as serras crescem para o céu
(macieira; serra da gralheira; 2008)