uma das artes de pesca utilizadas na ria é a chamada “chincha de pareja”. até meados do século XVIII, no sul de espanha, mais precisamente na catalunha esta arte foi utilizada com o aparelho da xávega.
a rede é arrastada por duas bateiras, varre o fundo da ria e destina-se à pesca da enguia, do choco miúdo, do linguado, do que vier.
uma das bateiras leva a rede que lança à ria ficando com a corda de “reçoeiro”, a outra leva a corda “mão de barca”, as duas lado a lado arrastam a rede que é do tipo de chinchorro.
normalmente a pesca pode durar toda uma noite, cerca de 12 horas, ou mais, até se apanhar caldeirada que justifique a pescaria. a companha é formada por 6 a oito homens, esta inclui uma mulher.
a rede, finalizado o cerco, é alada para a bateira que a carrega e todos os pescadores colaboram no alar manual e no safar do peixe e das algas. é um trabalho muito duro e repetido durante muitas vezes ao longo da faina.
penso que neste momento existem 3 “chinchas de pareja” na torreira e não sei se mais alguma na ria.
esta é a chincha do manel trabalhito, dono da bateira “lutar para vencer”.
a bateira da foto é a que arrasta a corda e à popa vai o filho do manel trabalhito, também manel, que nesse dia ia apanhar uma caldeirada de enguias para se despedir: ia para a pesca do bacalhau ganhar a vida.
é assim a vida dos pescadores da torreira: ganhar a vida no mar e subsistir na ria.
(manuel trabalhito – filho – e carlos tetinha; torreira; 2009)
Dura faina e muito empenho!
Parabéns por esta recolha.
Abraço,
Etelvina