a breve, muito breve, sesta


luciano caravela; 2010

é um costume entre os pescadores da xávega, que os que cheguem mais cedo para o primeiro lanço da tarde, cerca das 13h, 13,30h, aproveitem para uma pequena sesta à sombra do barco ou dos atrelados.

na torreira e na praia de mira, praias de grande tradição nesta arte de pesca, é comum encontrarem-se pescadores deitados enquanto o arrais não chega.

( torreira_ companha do murta)

homens do mar da torreira


augusto vieira água a a lua; anos 90

o desafio

mora nos teus braços

que ninguém vê

(quem imagina que o mar os tem)

 

mas eu vejo-os verdes

brilhando revoltos

cobertos de espuma

 

encontro-te

ali onde ninguém

o olhar a perder-se

no infinitamente azul

 

aqui nasci e me fiz homem

não é agora que me assustarás

 

o barco

aguarda a voz do arrais

eu

não sou dos que esperam na areia

linda tareca


                                                          linda tareca; 2005

linda tareca

uma das características dos homens e mulheres da xávega, apesar da dureza da vida, é a sua permanente alegria e propensão para a brincaderia.

a linda é casada com o alberto trabalhito (trovão), e os dois são um dos casais de pescadores mais castiços da torreira.

da brincadeira ao braço de trabalho, da zanga ao apaziguamento, tudo com ela termina em bem.

mais do que uma vez pedi ao casal que se beijassem para a fotografia, a lina não se fez rogada mas o trovão é mais envergonhado.

ambos trabalham na companha do marco

(torreira)