da xávega filha
irmã do mar
sou na areia
mulher que se faz
cabeça erguida ao vento
as minhas férias de verão
são feitas de castelos de sonho
erguidos sobre cordas e redes
barcos e ondas
abro destinos na areia
pelos caminhos de ir e vir
corro mundo voos infinitos
só o corpo o sente
porque a trabalhar
vou com o vento
visitar as minhas amigas gaivotas
poisadas nas ondas
deixo por momentos os pés voarem
e sou ave
sonhar não mata
(torreira; século XX)