na areia o fruto do lanço
o suor feito peixe
o suor feito peixe
aos gritos das gentes
sucede agora o silêncio
morte lenta
na rede
peixe do mar
que a terra chegou
tudo isto me encontra
num mundo só meu
feito de mar e areia
castelos de que sou rei
senhor e plebeu
na areia
lentamente o movimento
desaparece
o brilho das escamas voadas
pousou e morreu
(torreira; século XX)