crónicas da xávega (28) – e tu?


estendido o saco, abri-lo-ão e o sol virá depois secá-lo

estendido o saco, abri-lo-ão e o sol virá depois secá-lo

escorregar pelos dias
deitado no chão herdado
imóvel
quase não vivo
quase

tão fácil não ser
tão fácil o sim a todos
tão cómodo

sentado na soleira da porta
qual gato à espera da festa
que festa poderá haver
nunca se sabe

os mortos agradam a todos
porque estão

e tu?

virá o sol

virá o sol

(torreira; companha do marco; 2012)

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