regressarão

depois do alar da solheira regressa-se, no balde o pescado (2010)
come-se à mesa
o que da ria
horas porfiadas
marés redes
conta-se o tempo
o ganho parco
no fundo do balde
parte-se porque
é fraco o ganho
para tanto
para tão pouco
vão-se os homens
e são senhores do mar
escravos da ria
terra sua de ser água
até quando pergunto
e só o silêncio
onde vozes por vezes
jamais o gesto
regressarão

a olhar o balde, o salvador faz as contas, e é tão pouco (2010)
(torreira; solheira; 2010)