ti antónio neto

como sempre, calado a olhar para o longe
escrevo mar memória
cansaço vida morte
conto o tempo
os dias onde já não
sei ti antónio
que já partiu
tarefa pesada esta
de carregar certos dias
como se menos um
recordo então os rostos
dos que partiram
vejo-os sorrir de novo
reinvento o tempo
um tempo de sol e mar
o nosso tempo
revejo-o ti antónio

ao mar ao fundo continuará sempre
(torreira; companha do marco; 2009)