em torno de mim
impossível este silêncio
este momento sem tempo
quase um quadro
onde nada perfeito é
desvendar os olhos
imaginar os gestos
imperfeitos de humanos
o movimento cadenciado
das mãos o trabalho
a carícia ou a sua ausência
o vento sorri
e eu sou o que resta de mim
o que fizeram do que fui
o círculo
lembro-me de o ter escrito
algures
por mais largo que seja
fecha-se sempre
as pontas começam a unir-se
(murtosa; cais do bico)