são cravos senhor cravos de paz vermelhos do sangue que não querem querem a paz senhor não a podre não a dos vencidos não a dos heróis querem a paz senhor um mundo mais fraterno com menos desigualdades um mundo solidário onde senhor senhores não hajam são cravos vermelhos
cravos
25 de abril de 2020_5


25 de abril 2020_4


azinheiras


és livre

pelos dias claros

25 de abril em coimbra
quando el-rei apareceu
temerosa d. isabel
recolheu o manto
que levais aí senhora
perguntou el-rei
são cravos meu senhor
mostrai-me quero vê-los
sabeis como sou curioso
aberto o manto
cobriu-se o chão
de cravos vermelhos
mas senhora
hoje não é 25 de abril
será amanhã
meu senhor
será amanhã
é amanhã
(coimbra; 25/04/2017)
para o zeca
amigo
serás sempre maior que o pensamento
tu que cantaste maio
e foi numa madrugada de abril
tu que foste a toupeira
e cantaste o sol e nos levaste a agarrá-lo
amigo
serás sempre maior que o pensamento
as tuas palavras a tua voz
são ainda tu aqui agora
sempre
duas sílabas um nome
um grito uma canção um protesto
uma revolta um princípio
uma alavanca um não desistir
aqui agora sempre
amigo
serás sempre maior que o pensamento
30 anos depois
não há depois
há o futuro todo
amigo
serás sempre maior que o pensamento
(abril, a 25)
postais da ria (156)
abril vinte e cinco e os cravos
dos cravos não consta
que espinhos
não os temas por isso
não tos vi hoje na lapela
e admiro-te
na sinceridade de os não
teres posto
aí onde estás lustroso
sorridente
aos cravos o deves
ou será que aí estarias
mesmo sem eles
sem democracia?
nunca se sabe
(ria de aveiro; torreira)