falámos então do silêncio
da impotência
da frágil solidez aparente
os dias são de temor
os homens vestiram-se de vidro
o vidro de areia se fez
tudo se desnudou nas escuridão
(enfeitar; sal do mar; armazéns de lavos; 2017)
a beleza do sal (206)
enfeitar
a beleza do sal (183)
nem toda água
se dá a beber
(enfeitar; morraceira; 2019)
a beleza do sal (181)
palavras
tão leves
tão leves
e pesam tanto
(enfeitar; armazéns de lavos; 2017)
a beleza do sal (159)
digo agora em voz baixa o teu nome sim eu dei-te um nome abro sobre o mar a janela esperando que entres saída ainda húmida das águas mas é a lua que entra no meu quarto
(enfeitar; morraceira; 2019)
a beleza do sal (156)
não estou aqui nunca estive sequer estarei procura-me onde não estou quem sabe me encontrarás
(enfeitar; morraceira; 2016)
a beleza do sal (150)
(olhando as salinas da morraceira) da vida sal o teu corpo nos meus dedos água onde a sede morre lenta de tanta espera
(ilha da morraceira; enfeitar; 2016)
a beleza do sal (146)
na mora mê filho na mora já foi-se embora
(enfeitar; morraceira; 2019)
a beleza do sal (144)
(enfeitar; ilha da morraceira; 2016)
a beleza do sal (119)
é maio primeiro dia
a beleza do sal (84)
assento
(ilha da morraceira; enfeitar; 2019)
sento-me
levanto-me
caminho
continuo sentado
quando é que eu
assento
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