meu nome é boi
nosso nome é junta
puxamos barcos e carros
carregamos peixe e redes
carne e músculos tensos
olhos desmesuradamente grandes
mansos até ao inadmissível
juntos
somos força somos junta
somos bois
sozinhos
no talho no mercado
esquartejados em carne viva
somos vaca
boi é e não é
é sempre o homem que decide
(torreira; séc. XX) – do meu livro “quando o mar trabalha“