são pescadores

o chegar do saco
há quem deixe nome
obra e fama
herança quanto baste
há quem nada deixe
porque nada foi
no tanto de ter sido
oferecem o corpo
ao mar
vestem-se de vento
e areia
perdem-se à noite
por onde mais
ninguém senão eles
são ninguém
são gente
são pescadores

há os que partiram, os que resistem e os que já não voltam
(torreira; companha do marco; 2009)