
ti antónio acabou, torreira, 2006
ti antónio acabou, torreira, 2006
presunção
o meu amigo vitó (falecido)
quando eu já cá não estiver
e te sentares numa rocha
à beira mar
talvez te lembres de mim
talvez
(torreira; 2013)
recuso-me
o falecido carlos aldeia e o balde com o caranguejo para as enguias
na areia inventar
a pedra
nas nuvens erguer
muralhas
nos pulsos fechar
grilhetas
quebrei todas grades
de todas as janelas
recuso-me a esperar
a morte
continuo a correr atrás
do vento
(torreira; porto de abrigo; 2013)
da companha
quinhões ou tecas
o sal do rosto
tempera o quinhão
(praia de mira; 2009)
apresentação realizada no auditório municipal da figueira da foz, integrada nos “7Sentidos”- Festa do Teatro e da Fotografia” organizada pelo Pateo das Galinhas – Grupo Experimental de Teatro.
a apresentação do livro foi feita por antero urbano e as falas interpretadas por actores do pateo: helena adão, ligia bugalho, filipa almeida, vitor silva e rui féteira.
o apoio da divisão da cultura da câmara municipal da figueira da foz, nomeadamente a disponibilidade de anabela zuzarte e da equipa técnica do auditório foi fundamental e inesquecível.
a todos os que estiveram presentes, ou por motivos inesperados não puderam estar, um grande abraço
(do evento fica o registo feito pelo amigo santos silva e editado por mim)
a lição do massa
o massa a alar a manga
entra em ti
a casa é enorme
abre as janelas
vê como o mundo
é pequeno
cresce dentro de ti
sê tu inteiro
(torreira; 2013)
(o livro está aí, estão todos convidados)
torreira
torreira é nome
de mulher
feito terra
escuto a sua voz
a camaradagem
o ser completa
torreira é o mar
os barcos
as companhas
é o rio as gentes
os saberes
o pouco de tanto
o mais por belo
que seja
vazio de corpos
é paisagem
(torreira; safar redes; 2018)
plantem-me no mar
duvido de tudo
estou vivo
para questionar
alinhados em canteiros
com flores de plástico
visitas em data certa
jazem os que aceitam
mesmo depois de
continuarei a duvidar
recuso o canteiro
plantem-me no mar
(torreira; 2013)
o meu amigo agostinho trabalhito (canhoto)