crónicas da xávega (357)


2005, murtas a labuta continua

antónio murta na bica da ré; torreira; 2005

em 2005 continuava a trabalhar na praia da torreira a companha dos murtas, com o barco olá sam paio.


dos irmãos zé e antónio murta. o antónio era mais o homem de mar e o zé o de terra. creio que é em 2005 que falece o antónio em naufrágio à beira praia.

era, e é, opinião minha, uma companha familiar – da propriedade à própria composição da companha.

para além dos arrais e donos, não posso deixar de me lembrar da marlene, filha do zé, que era a responsável pela “contabilidade” da companha, e do redeiro, ti caetano da mata.

memória_21112009


a memória dos dias

KONICA MINOLTA DIGITAL CAMERA

uma memória do além tejo; portalegre; 2007

 
 
sentam-se logo pela manhã
atrás dos vidros
acordam os pássaros fronteiros
 
fazem a lide
a renda e a roupa
falam sozinhas
(ouve-se ao longe a rádio)
 
abrem a janela
trocam notícias fazem jornais
saberes antigos de outras tipografias
foram elas que
inventaram as rádios locais
 
passam a ferro
limpam o chão
sentam-se de novo
 
quando querem
da rua
ninguém as vê