em quase todas as praias onde ainda se pratica a pesca artesanal de xávega, há mais do que uma companha.
o barco larga perpendicular à praia e, no mar, toma uma de duas direcções: ou continua na perpendicular e segue mar adentro, ou abica ao norte e depois vira para o largo, para lançar as redes sem interferir com as outras companhas.
muitas foram, em tempos idos, as guerras por causa da partida, o primeiro a partir largava como queria e, frequentemente interferia, impedindo de partir os barcos de uma ou mais companhas que ficavam a ver onde era largada a rede, para saberem como traçar o rumo. foi, inclusivamente, necessário estabelecimento de regulamentos para a largada dos barcos, isto para evitar “verdadeiras batalhas campais” em que os bordões se transformavam em varapaus.
há ainda a limitação, na época balnear, da área definida pelas autoridades para os banhistas e dentro dos quais as redes não podem entrar.
tudo isto o arrais toma em conta na definição do rumo que vai tomar, considerando ainda o último lanço e os resultados obtidos – regresso ou evito- e eventuais escolhos no fundo que possam romper as redes.
(torreira, companha do murta, 2006)