é este o tempo dos cardos


tudo arde
 

pelo chão gravetos secos, comidos pelo sol

dizem o verde que houve. as rochas nuas

brilham a sede. o corpo busca na água a vida.

as moscas antecipam a putrefacção. o calor

esmaga no horizonte o azul. tudo é límpido

e simultaneamente vazio de sentido.

 

então digo: a morte circula nas veias um

sangue coagulado.

 

(memória de um tempo longe)

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