homem de mar
de poucas falas e muito saber
não lhe sei a idade
conheci-o no mar
na faina das companhas
anda agora apoiado
num cajado improvisado
em passeios curtos
com os olhos presos nas ondas
perdidos de já não
paramos conversamos
dizemos palavras poucas
silêncios que se dizem
nos olhos
família antiga na torreira
gerações muitas
com registo nas companhas
os acabou não acabam
diz
leio-lhes os nomes nos livros
em séculos que lá vão
o ti antónio caminha e parte
eu fico com a memória
e algo mais que aprendi
a vida não é mais que isto
ouvir e arrancar um sorriso
palavras mesmo se poucas
onde só a saudade
enche os olhos de sal
até já ti antónio
(torreira; 2013)
Partir é despedir…
Date: Fri, 23 Jan 2015 18:26:12 +0000 To: ceca_0803@hotmail.com
Que sensibilidade e jeito lindo de falar de sua gente! Que beleza! Parabéns!
infelizmente já tinha falecido quando publiquei este post. foi uma homenagem póstuma indesperada