da amargura

o manuel fonseca (manuel tala) a cirandar berbigão
quando o conhecido
se torna desconhecido
é tempo de ser outro
os navios partem
sem saber de regresso
semeando o mar
de saudades amargas
fecham-se portas
outrora escancaradas
e não há janelas
por onde luz venha
é tempo de ser outro

o colorido dos dias é agora outro
(torreira; julho; 2016)