construção de um moliceiro (5)


18 de agosto

hoje o mestre zé rito continuou a trabalhar em pequenos, mas importantes detalhes da construção, nomeadamente a quase conclusão da bica da proa e ponteiras.

registei, pela sua valia humana de solidariedade e amor, o momento em que todos os que foram precisos ajudaram a colocar a tábua de baixo, do costado de bombordo.

tirando uma pequena lacuna na ré, o bombordo ficou fechado – até à hora em que saí do estaleiro.

talvez amanhã quando lá chegar já esteja fechado. quando saí ontem faltava colocar a tábua de baixo do costado de estibordo à ré, hoje de manhã já estava no sítio.

o barco vai-se fazendo de acordo com o saber do mestre, com os métodos herdados na sua aprendizagem e aperfeiçoados no seu fazer diário. de acordo com o seu tempo.

não sou técnico, sou o que olha e vê os homens e um barco que pulsa dentro deles e os faz rir e conviver, como se em torno de uma mesa farta.

o tempo aperta, o mestre não descansa, os amigos esperam, plateia atenta, que um pedido surja e logo é satisfeito.

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