a destruição da memória
em 2006 o “José António” ainda velejava na ria.
foi vendido para o turismo, amputado nos canais de aveiro.
assim se constrói a memória por cá.
(regata do bico, 2006)
a destruição da memória
em 2006 o “José António” ainda velejava na ria.
foi vendido para o turismo, amputado nos canais de aveiro.
assim se constrói a memória por cá.
(regata do bico, 2006)
9 de agosto
depois de ter passado 3 a 6 meses mergulhado na água salgada da ria, foi dada ao bordo a forma definitiva, de acordo com o molde do mestre, e aplicado ao costado.
hoje foi o bordo de estibordo.
na hora da aplicação parece que os amigos se multiplicaram e foram muitos os que apareceram para ajudar.
do nuno setenove ao ti alfredo, nos extremos do registo, houve gente da terra, de fora, emigrantes ou simples curiosos, que deram a mão.
a celebração do moliceiro, enquanto objecto de solidariedade e de amor pela terra, começa na sua construção.
(torreira; 9 de agosto de 2016)
8 de agosto
depois de marcado no costado o posicionamento do bordo, de acordo com o molde de bordos, faz-se a aplicação do bordo.
pela dimensão, pela espessura, pelo afeiçoamento que é necessário fazer, é uma tarefa delicada e que, ao mesmo tempo, exige muita força e saber.
qualquer procedimentos menos adequado pode levar ao quebrar do bordo e a um prejuízo enorme.
antes de começar a aplicação do bordo, o mestre zé rito, parou por uns momentos e disse:
” como dizia o mestre henrique lavoura, antes de aplicar um bordo é preciso descansar um bocado”.
QUER É CALMA
todos os presentes ajudaram, até um turista francês que começou por fotografar, acabou por dar a sua mão – é o segundo na fila a contar da direita.
(torreira, 8 de agosto de 2016)
6 de agosto
depois de feitas as marcações na tábua do casco, o mestre zé rito aplica sobre ela o molde dos “bordos”, seguindo a parte superior do molde é feita a marcação do bordo.
em seguida é feito o corte da tábua para aplicação dos bordos.
(torreira; 6 de agosto de 2016)
5 de agosto
o folhear da proa
hoje para além do começar da “coxia”, continuou-se o folheamento do costado.
neste registo vemos o mestre zé rito a fixar a tábua de costado, apertada pelos grampos e pressionada por mãos amigas: havia-as da torreira, de estarreja … de amigos.
a construção de um moliceiro é uma celebração.
(torreira; 5 de agosto de 2016)
3 de agosto (cont.)
apertando os grampos, o mestre zé rito força o arqueamento das tábuas que formam os costados do barco – é o folheamento de que já falei.
por cima desta serão colocados os “bordos”.
(torreira; 3 de agosto de 2016)