um barco
o silêncio da praia
deitado na areia
escuta o suave
navegar das nuvens
um homem só
espera
não se sabe se amanhã
hoje
será o dia
o ultimo
o primeiro
um homem só
abandonado no seu país
pelos que nele mandam
e mandaram
dizendo representá-lo
e mandam
ainda mais
não é
um homem só
ou será?
todos somos
o homem só
ou negar-nos-emos
como povo
(torreira, 2008; à memória do arrais zé murta)