que dizer-vos
destes tempos em que assisto
a tentativas sucessivas
de assassinato
da memória?
que dizer-vos
da raiva angústia
desespero
destas gentes
que são as as minhas
que são as nossas
que somos nós?
quem seremos
amanhã
se nos querem roubar
o hoje
o ontem?
quem seremos
amanhã
se nos querem roubar
o sermos?
o povo será sereno
mas até a serenidade
tem limites
até quando?