22 de maio de 2013_furadouro_porquê?


jovem o barco que naufragou

jovem o barco que naufragou

salvé benjamim carriola

savé jacinto moreira

 

hoje diante de vós

se abriram as portas do mar

e sobre vós se fecharam

 

ser pescador aqui

nesta costa onde os grandes aprenderam

a arte de navegar e se fizeram a ignotos destinos

é ser português dos três costados

 

salvé benjamim carriola

salvé jacinto moreira

 

nós

que descendemos dos que nunca se fizeram ao mar

e por isso cá estamos

 

nós

aqui vos dizemos

se portugal tem filhos

vós sereis sempre os seus mais dilectos

 

nós

ao dizermos o vosso nome

crescemos para o mar e gritamos:

 

porquê?

22 de maio de 2013_naufrágio no furadouro


hoje, dia 22 de maio de 2013, a xávega está de luto, dois pescadores morreram, no furadouro, quando o barco “jovem” da “companha do jacinto” se preparava para vencer a pancada de mar a 150 metros da costa.

transcreve-se a notícia do jornal online ovarnews.com

Pescadores foram surpreendidos por uma onda, conta sobrevivente

Os pescadores eram experientes, mas foram surpreendidos por uma onda, contou à Rádio Renascença, um dos sobreviventes, João Fonseca.

“O barco ia para aí a 150 metros da costa. A maré calhou mal e o barco levantou, entrou uma vaga no barco e encheu o barco de água. Foi uma embarcação próxima que veio socorrer”, descreve o pescador à emiddora.

“Toda a tripulação era experiente. Era o segundo lance do dia. É um mar conhecido, só que na altura correu mal. Não deu para galgar o mar. A primeira vaga encheu o barco de água, a segunda pôs as pessoas fora do barco.”

O vereador Vítor Ferreira, da Câmara de Ovar, confirmou à Renascença que a bordo seguiam sete pessoas. Os outros cinco tripulantes, salvos por uma embarcação, sofreram ferimentos e foram assistidos no local por elementos do INEM e dos bombeiros.

Vítor Ferreira avançou ainda que os serviços da autarquia estão no local para prestar todo o apoio às famílias. “Segundo as informações que recolhi, o próprio mestre da embarcação hesitou em ir para o mar, mas infelizmente são famílias com algumas carências e dificuldades e arriscam, apesar do conhecimento profundo que têm do mar”, disse. (Ler mais in Renascença)

Embarcação que naufragou cumpria normas de segurança

O presidente da Junta de Freguesia de Ovar, Joaquim Barbosa, assegura que a embarcação de arte xávega que naufragou esta manhã cumpria todas as normas de segurança. Dois mortos e três feridos ligeiros foi o resultado do naufrágio que ocorreu a sul da praia do Furadouro, em Ovar.

Em declarações à Antena1, o autarca explica que o problema foi os pescadores terem ficado emaranhados nas redes e nas cordas. “No meio da confusão, com o frio e com a precipitação, as coisas não são fáceis e eles acabaram por não ter o discernimento total para se poderem salvar uns aos outros”, afirma Joaquim Barbosa.

Dois mortos em naufrágio de barco xávega no Furadouro

Uma embarcação que se dedica à pesca da arte xávega naufragou, nesta madrugada de quarta-feira, a sul da praia do Furadouro, em Ovar, causando duas vítimas mortais. Testemunhos recolhidos no local, dizem que o barco “virou de banco”, na segunda vez que se fazia ao mar.

Segundo a mesma fonte, o alerta foi dado cerca das 7h30. A embarcação, conhecida como o “Arrastão do Jacinto”, com cinco pessoas a bordo, virou-se no momento da saída da praia para o mar, devido a um golpe fortíssimo de mar”, explicou o comandante da Capitania do Porto de Aveiro, Luciano Oliveira.

Um bote que andava no mar por perto, na mesma altura, à pesca do robalo, foi quem prestou o primeiro socorro ao “Jovem”, mas o Benjamim Carriola e o Jacinto Moreira, pescadores do Bairro do Lamarão, em Ovar, e de Cortegaça, ficaram debaixo da embarcação, emaranhados nas redes, no momento do naufrágio, não foi possível salvar.

Segundo o mesmo responsável, morreram dois homens, de 43 e 64 anos. Os restantes três tripulantes sofreram ferimentos e foram assistidos no local por elementos do INEM e dos Bombeiros de Ovar.

O comandante adiantou ainda que na altura do acidente as condições do mar e do vento “não eram gravosas”. (¨*com Lusa) (Ouvir na TSF)

 

vitor caravela, bota!


vitor caravela

vitor caravela

passamos, meu amigo
passamos todos
alguns porém
deixam marcas fundas
na areia
no olhar o mar
no resistir

passamos, meu amigo
passamos todos
mas ficamos com os que ficam
neste tempo embalado
pelas ondas
voadas nos gritos das gaivotas

passamos, meu amigo
passamos todos
tu
tu foste à frente de muitos
por isso
nós

nós os que ainda por aqui andamos
sabemos o teu nome
conhecemos-te o corpo
e dizemos:

é tempo de mar vitor
bota!

(torreira; companha do marco; 2009)