o esgar vincado
na beleza deste rosto
fala de uma outra ria
da do sangue
que corre sobre as águas
e mergulha fundo
em busca do pão
o pão enterrado na lama
o pão que poucos amassam
que é dura
muita dura a faina
sempre que vires o nascer do sol
uma névoa a cobrir tudo
e tudo te surja carregado de beleza
postálica vendável em quiosques
popularizada em páginas de fotografia
lembra-te
lembra-te deste rosto
que não viste
porque ficaste na margem
(ria de aveiro; canal de ovar; torreira)