crónicas da xávega (533)


trago no corpo
o sal do verão
nos olhos
bailes de mar 

outono dentro 
de outono
continuo 

virá o oiro
semeado nas vinhas
que não verei
porque longe do mar

tudo 
o que é longe do mar
é longe de mim

até estas palavras
o são cada vez mais

(recriação de um lanço de xávega com bois; torreira; setembro; 2013)