(torreira; 2010; soltar do arinque do calão)
arinque
crónicas da xávega (301)
o silêncio

o meu amigo agostinho trabalhito (canhoto) a soltar o arinque do calão
o silêncio
é um lugar habitado
música dos amigos
ruídos de memórias agrestes
balbuciar de crianças
o silêncio
é um lugar habitado
conheço-o bem demais
a insónia povoa-o
de nomes gestos imagens
o silêncio
é um lugar habitado
onde te encontro
sem te ver
(torreira; 2013)
crónicas da xávega (271)
viagem

a mulher, a muleta, o arinque, o barco adivinha-se, o mar sente-se
olho e sinto
como se hoje
a caminhada começa
pelo fim
que pernas estas
os olhos
por que caminhos
me levam
o sentir
as palavras
vou e fico
viajo em mim
(torreira; 2009)
crónicas da xávega (122)
até um dia

o stalone agarra o calão e o ti américo desata o nó que prende a corda do arinque do reçoeiro
maiores que o mar
efémeros como a espuma
enterram na areia
os pés
espero os dias de sol
encharcados de sal
para os reencontrar
um dia
(torreira; companha do marco; 2012)