hoje
vai e sorri
caminhas estás vivo
nem sempre há
um amanhã
(sal do mar; mexer; armazéns de lavos; 2017)
a beleza do sal (196)
salgado
O salgado da figueira em galeria no Museu EXEA
da apresentação da exposição:
“Mais uma exposição de ahcravo gorim (António José Cravo).
Nesta será apresentada, através de fotografias e versos, a recolha do sal na Figueira da Foz / Portugal pelos marronteiros.
Nas palavras de Gilda Saraiva, que assina o texto introdutório: “Os marronteiros são os guardiões destas paisagens de sal da Figueira da Foz.”
a beleza do sal (132)
(mexer; armazéns de lavos; 2020)
hoje queria escrever sobre o amor escrever-te o que não consigo escrever hoje porque hoje hoje nada sinto
a beleza do sal (130)
(carregar sal; armazéns de lavos; 2019)
andar com as mãos o teu corpo caminho perfeito
a beleza do sal (127)
no cozinhar dos dias o tempero és tu que o escolhes é tempo de escolha não erres no tempero sê sábio na escolha pensa nos que contigo à mesa se sentam ou deviam sentar
a beleza do sal (125)
do tempo o meu pai guardou num envelope a primeira camisa que me vestiram naquele tempo não havia babygrows o espanto é que eu cabia naquilo
armazéns de lavos; achegar; 2019
a beleza do sal (124)
escrevo o silêncio solitário labor sol mar início cristalizado o sal
(figueira da foz; ilha da morraceira; mexer; 2020)
a beleza do sal (123)
tempo meu
a casa embrulha agora os dias onde eu chove em junho como se outubro já tempo meu quase nada
a beleza do sal (122)
salgado silêncio
ao peso dos anos curva-se o corpo amargo tempo este salgados olhos vazios braços famintos de abraços curva-se o corpo ao peso dos anos ouve-se longe o silêncio
a beleza do sal (121)
talvez
talvez o sal talvez o sol talvez o mar talvez eu talvez talvez de certeza
ahcravo gorim Blog 