as mãos dadas
os dedos
sentirmo-nos unos
fluir por elas
o que de mais
entre nós já não cabe
os lábios, dizes
eu sei:
beija-mos
de novo o barco se faz ao mar
sempre na busca do pão
entre gritos de alegria e medo
o barco avança de braços abertos
as águas abrem-se para o receber
a mãe não nega o filho
antes resiste e cede
a cena repete-se
o homem da máquina estava lá
um dia ambos desaparecerão
ficará só o mar