o tempo parou
no umbral da porta
só a luz passou
coada, finíssima
tudo cobre
com a patine do tempo
em que o tempo
parou
tempos houve
em que fogo
gente, sopa
mesa, vinho
pão, calor
tempos
parcos de haver
fartos de partir
foram-se
levando com eles
a memória
e o tornar
parou o tempo
no exacto momento
em que a porta
passaram
prometendo
a si mesmos
que um dia
quem sabe
outra casa
farta e nova
ali fariam
não voltaram
para onde foram
aí ficaram
e o tempo
o tempo parou
(macieira; serra da gralheira; s.pedro do sul)
O tempo parou apenas na memória…De resto é um tirano, suga-(nos)…
Gostei!
Abraço
Em casa da minha mãe havia uma caixa parecida com esta.
Um dia a jogar às escondidas meti-me nela e desistiram de me procurar. Imagina a confusão. Adormeci e acharam que me tinha afogado na ria que era onde costumava estar quando desaparecia. Coitado do meu rabo que levou depois tantas palmadas. Não sei da caixa, mas acho que vai existir enquanto eu existir.
🙂
Uma de minhas favoritas…bela!!!!