o retirar o peixe do saco com recurso a “xalavares” é o primeiro passo dos últimos de um lanço.
a ele segue-se a escolha, a lavagem e o enchimento das caixas, que serão negociadas com o intermediário e/ou levadas à lota.
enganam-se aquele que pensam que o pescador ganha bem porque o peixe é caro. entre a venda ao intermediário e a venda ao público o preço pode ser multiplicado por mais de 10 vezes.
enquanto os pescadores não se organizarem e forem eles próprios a fazer a venda directa na lota, com exclusão de intermediários, ganham muito os que fazem pouco e ganham pouco os que trabalham muito.
mas isto não passa de um sonho, no que se refere à pesca artesanal. nunca houve organização e não é agora, quando são tão poucos, que vai haver. a subsistência da xávega, não é um milagre, mas é um mistério alimentado com muito suor e reformados.
(torreira; companha do murta; 2006)