resta-me o futuro
a esperança de haver
mais mar
aqui moram
as minhas memórias
pegadas
coladas
à areia de ser eu aqui
um grão
no vento voado
do tempo
resta-me o futuro
espuma das ondas
a rebentar nas proas
barcos
peixe pouco
deixando em terra
escamas de mar
aqui moram os meus
sonhos
mesmo os que não tive
(torreita, século XX)
