
um saco a secar e outro na zorra. sempre prontos
2011 é um ano que serve de referência a qualquer história da prática da xávega na torreira, e que passa sem margem de dúvida pelas alterações introduzidas na companha do marco.
1. composição da companha
tradicionalmente as companhas da torreira eram compostas por gente da terra (marco e zé murta) ou de ovar (pepolim).
nas companhas da torreira, os homens oscilam entre a ria e o mar, consoante o que estiver a dar mais ganho. sendo o mar incerto, por feitio, e a ria incerta conforme o tipo de pescaria disponível e as interdições.
não é por isso fácil, manter uma companha pronta a trabalhar sempre que o mar permite. nem sempre o pessoal arrisca um dia no mar, quando na ria há ganho garantido.
em 2011, o marco decidiu ir buscar pescadores a cortegaça e a esmoriz, que se juntaram aos membros da companha que, sendo da torreira, só se dedicavam à xávega, no tempo da safra. a forma como foi constituída a companha em 2011, é inovadora em relação ao tradicional da torreira.
2. a muleta
também neste aspecto o marco inovou. em lugar da muleta tradicional, de uma só vara, ou de optar por uma muleta em metal em forma de “V”, como na praia de mira, adoptou um sistema, da sua autoria, que é constituído por duas varas de madeira, com extremidades adaptadas para encaixar em “cápsulas” fixas a bombordo e a estibordo, na metade traseira do barco e ao tractor. delas falarei em detalhe noutra altura
(torreira; companha do marco; 2011)