Mês: Fevereiro 2022
“ESCREVER DEPOIS DE UM DIA DE TRABALHO ÁRDUO” de luís filipe parrado
” O prazo” de madalena de castro campos
do livro “La mariée mise à nu”
“SAL DO MUNDO: CARTA PARA OS MEUS FILHOS” de ivo machado
“Resta-nos o relógio …” de leonora rosado
António Ramos Rosa [Faro 1924 – Lisboa 2013]

Nos versos de QUATRO POEMAS SOLIDÁRIOS de O centro na distância de António Ramos Rosa, a solidez da pedra distingue-se pela sua compacidade, que se recusa a ser penetrada. Seu mundo fechado é um convite para deixar nossa imaginação correr solta. Nós, de fato, somos o mineral que devemos trabalhar pacientemente para transformar a indiferença, a ignorância e a felicidade, na verdadeira pedra. El Che foi uma dessas pedras, fortalecida pela luta, cuja presença faz parte do nosso imaginário. Ele ainda é uma presença forte, porque a pedra está sempre aberta a uma nova vida e sua transformação. De facto, o herói argentino assumiu um novo significado para se transformar no símbolo da continuidade da nova história. De modo que se o poeta apresentar a matéria tosca da pedra para transformá-la em forma sutil através de um trabalho de humanização do dado, esta…
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a beleza do sal (129)
no sal a memória do sol e do mar

estalam-me na cabeça os tufões medonhos do atlântico sul rebentam-me nos olhos as calemas de março o simoun enche-me a boca de areia e raiva lambem-me o sexo as chamas que no verão devoram pinhais e searas tremem-me as mãos sinto nos dedos os abalos de agadir mergulham ante meus olhos horrorizados todos os passageiros do titanic o amazonas corre-me nas veias ribombam-me no coração as cataratas do niagara os ouvidos rebentam-me com a pressão dos grandes rios a entrarem no mar o corpo arde na fogueira possesso de um demónio inventado pela inquisição todo eu tremo ante tanto desvario e tudo se conjuga no rodopiar do carrossel louco desta cabeça que não sei se é minha mas que pesa como se fosse o mundo
“Poema I” – (Panfleto contra a paisagem) de josé gomes ferreira
os moliceiros têm vela (476)
“ESCRITO NUM LIVRO ABANDONADO EM VIAGEM” de álvaro de campos
no dia 10 de fevereiro de 2020 publiquei o primeiro vídeo desta série de poesia lida em voz alta, a que chamei “quase”. dois anos passaram e mais de 320 clips foram publicados, mais de 200 estão prontos a ir para o ar e as gravações continuam – quando me apetece e ….
ao longo deste tempo os clips foram semanais, bissemanais e trissemanais. a partir de hoje serão diários, de segunda a sexta.
cerca de quarenta e um anos passados sobre a primeira vez em que, em coimbra, li poesia em público, regresso com o mesmo livro e o mesmo autor “álvaro de campos”
como alguém escreveu: “um poema por dia, não sabe o bem que lhe fazia”, a intenção é essa. espero não desiludir


