memória da fala do mar em esmoriz


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o ti américo, numa ida ao mar em 2011, o primeiro ano em que trabalhou na torreira

a 23 de outubro de 2009, participei no museu de ílhavo, num colóquio que tinha por título “Falas do mar/Falas da ria”, aí se questionou o porquê de serem conhecidas tantas falas dos trabalhadores da terra e não serem muito conhecidas falas de pescadores..

no dia 18 de novembro, num espectáculo intitulado “Quando o homem lavrava o mar”, realizado na sala dos “caras direitas”, na figueira da foz, passou um registo fílmico sobre o alar manual das redes das traineiras, e era perfeitamente audível a fala/canto com que os pescadores marcavam o ritmo da alagem.

em 2016, pedi ao ti américo, pescador de esmoriz mas a trabalhar na torreira, na altura com 78 anos como refere no video, que cantasse como o fazia no tempo em que, “puto” ainda”, ia ao mar.

não fica letra completa, mas fica o que a memória preservou

disseram-me alguns pescadores que era hábito, quando iam ao mar, entoar o padre nosso cantado de acordo com o ritmo dos remos, não consegui porém, na torreira, recolher qualquer registo.

este é o único que consegui até hoje. e vale muito.

obrigado ti américo

(torreira, 18 de agosto de 2016)

 

relembrar joaquim namorado em 2018


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joaquim namorado visto por jaime do couto ferreira

no âmbito da exposição de jaime do couto ferreira e na sequência da edição do seu livro “O Herói no “Neo-realismo mágico” a editor lápis de memórias promoveu na casa da escrita, em coimbra, duas sessões sobre o poeta joaquim namorado.

neste registo, com a introdução de breves momentos da tertúlia do atrium sólum, a totalidade da sessão de 21 de setembro de 2018

 

BOA MORTE


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Companheira da vida desde o primeiro momento, a morte aguarda serenamente a sua vez. Não será então justo que qualquer ser tenha direito a uma boa morte?

Não há ideologias ou religiões, que possam ser contra este direito, pelo contrário todos o devem defender.

Nas mortes por enforcamento, quem podia pagava ao carrasco para que a morte fosse rápida, por fractura da cervical e não por asfixia prolongada e dolorosa.

Os regimes ditatoriais preocupam-se sempre com a morte do opositor, procuram proporcionar-lhe o maior sofrimento possível, durante o máximo tempo – as torturas com interrupção ordenada pelo médico assistente. A morte virá como consequência.

Na guerra há mortes para todos os gostos, mas a suprema sofisticação está nas as bombas de fragmentação com projécteis não detectáveis pelos raios X (usadas no Vietname, por exemplo) e que provocam sofrimento permanente na vítima. São exemplos que ainda hoje são factos.

Inesgotável a imaginação dos sádicos na invenção de métodos que, mais que a morte, provocassem sofrimento.

Boa Morte, numa só palavra EUTANÁSIA – do grego “eu” → bem e “thanatos” → morte.

E é esta palavra que divide, assusta, provoca manifestações antagónicas: contra e a favor. Como se alguém pudesse ser a favor de uma MÁ MORTE.

Se defendemos o parto sem dor, porque não haveremos de defender a BOA MORTE – a morte sem dor?

Não compete ao Estado decidir sobre a morte de alguém – Portugal pode vangloriar-se de ter sido o primeiro país a abolir a pena de morte –, mas não pode o Estado impedir que um cidadão, com diagnóstico de morte inevitável, tenha de sofrer até ao último momento, só porque há uma lei que o impede de dizer “chega, não aguento mais!”.

Garantir que, tomada a decisão, o Estado assegura ao cidadão todos os meios para que “parta sem dor”, é o mínimo que alguém bem formado deve exigir.

É isso que irá a votação na próxima terça-feira, dia 29 de Maio. Permitir que seja o cidadão a escolher se morrerá em sofrimento ou antecipar o momento da partida por ser insuportável continuar a viver.

Antes de pensar seja no que for, pense primeiro que é um familiar seu que, na sua presença, pede para morrer; em seguida pense que pode ser você.

O que lhe diz a sua consciência?

“O ESTADO ACTUAL DAS PESCAS”- BALDAQUE DA SILVA


porque é um livro de referência para quem se interessa pela história das pescas em portugal.

porque mão amiga me facultou o link de acesso à sua versão em pdf.

porque mais importante que ter é oferecer.

por tudo isto aqui fica disponível.

estado actual das pescas

porque o ” ÓSCAR MIGUEL”  foi o primeiro barco de mar por que me apaixonei.

porque o seu dono continua a ser o meu arrais – joão da calada.

ficam bem juntos.

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marcadas para abater


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junto à esquina norte, antes dos semáforos

“vamos alargar a rua e, não vê, estão velhas”

e foi assim, hoje de manhã, que um funcionário respondeu, quando lhe foi perguntado se as árvores que estavam a marcar eram para abater.

sim, são para abater!

sim estão marcadas!

sim são árvores, árvores em plena cidade, certamente mais velhas que o funcionário de velho pensar.

proteger as árvores, com certeza! agora as nossas, no meio da cidade…. são para arrancar.

já arrancaram as mais jovens, chegou a vez das “mais velhas”.

assim vamos por cá

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(figueira da foz, 20 de julho, 2017)

todas as quatro árvores estão marcadas com uma cruz pintada a branco, para que quem venha saiba que ….. são para abater