- in “caxinas-a-freguesia.blogs.sapo.pt”
Mês: Novembro 2011
xávega_os ganchos no arribar (II)
mais rápido
aqui temos um exemplo em que se podem ver os ganchos já presos, mas com as cordas pendentes, a tracção ainda não foi iniciada e a demora fez com que o barco fosse colhido à ré, pela onda seguinte.
vê-se assim a importância da rapidez de execução deste procedimento, sob pena de poderem acontecer situações como esta, mais graves se a onda for maior ou ainda, em casos extremos, o barco dar de bordo.
outra vertigem
a vertigem
percorro angustiadamente o mar
em busca da próxima onda
lenta
a espuma beija-me os pés
que se afundam na areia
sinto-me mais além
ali onde
há outra vertigem que me espera
não basta
da solidariedade à união, quanto falta?
dão-se os homens
as mãos no serem
assim
não o sabem
mas um dia
mais que as mãos
será total a entrega
então
tremerão aqueles
que entre eles fazem
muros
para construírem palácios
dão-se os homens
as mãos
mas não basta
(torreira; marina dos pescadores)
das janelas falo
apenas uma janela
minúsculas
altaneiras
defendem a casa
da espreitadela furtiva
da vizinha
sóbrias
riem-se de quem passa
(miranda do corvo)
inquietação
s. pedro do sul
escrevo
sem saber
para quem
olho
sem saber
para o quê
vou
sem saber
para onde
chego
sem saber
se partir é
que é dos amantes
amor à beira de
escrever
na areia
vezes em conta
com pena de dedos
húmidos
os amantes
à beira mar
deitados
dizem-se
da ternura
da paixão
do amor
uma onda
cresce do mar
lava a areia
tudo fica como dantes
que é dos
amantes?
mais um dia de mar
o saco
lentos
corpos cansados caminham
em estranha procissão
que a areia acaricia
até ao estender do saco
a faina não termina
longo foi o dia
rude o mar
que homens são estes
coração de ave marinha
mãos de dar
mais que receber?
imensos
deixam na areia
a ternura
de mais um dia de mar
(torreira; companha do murta)
xávega_os ganchos no arribar (I)
todo o cuidado é pouco
no seguimento do que foi dito anteriormente, sobre a forma como os pescadores prendem os ganchos e os riscos que corre quem o faz, atente-se nas posições por eles assumidas no momento.
afastados até ao limite e prontos a correr, não vá o mar tecê-las.
eu
- uma gaivota só
uma gaivota
debica no horizonte
pedaços de céu
há mar ainda para além de
haverá sempre mar
mar nos meus olhos
cansados da areia dos dias
insónia diurna de não ser
quero-me a descer
a subir para a terra
aproximar-me mais de ti
que sou eu de outro modo
amar-te-me
a gaivota aproxima-se
poisada no vento
traz sal e sol nas asas:
eu
ahcravo gorim Blog 