
de tudo me fica
a tentativa vã
de querer ir mais fundo
à raiz das coisas
onde mora a memória
a casa se iniciou
sou apenas um que tentou
mais um que
semeio palavras e imagens
sonhos e amarguras
tempo a esmo
de histórias começadas e
nunca acabadas
acabarei
a boiar algures numa laguna
de tempo sem tempo
onde não serei
sequer coisa digna de se ver
olho a ria e admiro a beleza
das pequenas coisas
reencontrando nelas o imenso
do que vou perder
será sempre assim
(murtosa; cais do chegado)
Amargo, dolorosamente amargo em tempos conturbados, em tempos que um esgar de sorriso é tão deliciosamente recebido por quem aqui passa! Talvez para nos enganarmos, ou não, talvez para fazer jus ao que é belo como a fotografia que acabas de publicar. Um abraço grande, António!
grato pela leitura e pelo sentir. abraço