falta-lhe a cadeira de coiro
recostável com rodinhas
falta-lhe o ar de quem julga saber
e por isso fala do alto da sua ignorância pesporrenta
ditando leis de que ignora
o como e porquê
não é um senhor
sabe que sem redes reparadas
não há peixe
que sem ele não há janta
corpo miúdo franzino
seco e com genica
conhece quase toda a gente
não é de silêncios
uma conversa é sempre bem vinda
chama-se delmar
de alcunha é viola
não sei há quanto tempo
o conheço
(torreira; companha do marco; jun, 2014)