28 de agosto
o dia de fechar o fundo do moliceiro.
como se pode ver no registo de ontem, faltava colocar tábuas no fundo do moliceiro e fazer assim o fecho do fundo.
o olhar sabedor do mestre zé rito levou-o a escolher, do armazém, as tábuas de dimensões ideais para o efeito.
depois procedeu ao seu afeiçoamento de acordo com o método artesanal, que eu designo de “aproximações sucessivas”. é interessante ver o que separa os procedimentos científicos dos procedimentos artesanais.
sentado num banco/tronco ia espreitando pelas aberturas, ainda existentes no fundo, e por elas via os dois moliceiros que estavam ancorados na ria em frente ao estaleiro. eram janelas ideais para fotografar.
levantava-me de vez em quando e fazia uns registos.
a pouco e pouco fui ficando sem janelas, o fechar do fundo tapava-me a vista: um moliceiro novo enchia-me agora todo o campo visual. e isto também era novo.
neste registo o avelino ajuda a colocar a última tábua. quando ficou no sítio, levantei-me e saí.
muito trabalho há ainda por fazer. desde meter cavilhas, emassar, pintar ….. e voltar a virar de novo o barco para ser acabada a decoração, ser cheio de água e a madeira “fechar”.
amanhã também é dia, mas há cada vez menos dias.
(torreira; 28 de agosto de 2016)
Ainda usarão a estopa de linho para a entrar nas fendas, para a vedação?
Ao conjunto de entalhes que constituem uma tal ligação dá-se o nome de samblagem ou sambladura.
foi uma das tarefas de hoje João Afonso: calafetar
abraço