construção de um moliceiro (14)


28 de agosto

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o dia de fechar o fundo do moliceiro.

como se pode ver no registo de ontem, faltava colocar tábuas no fundo do moliceiro e fazer assim o fecho do fundo.

o olhar sabedor do mestre zé rito levou-o a escolher, do armazém, as tábuas de dimensões ideais para o efeito.

depois procedeu ao seu afeiçoamento de acordo com o método artesanal, que eu designo de “aproximações sucessivas”. é interessante ver o que separa os procedimentos científicos dos procedimentos artesanais.

sentado num banco/tronco ia espreitando pelas aberturas, ainda existentes no fundo, e por elas via os dois moliceiros que estavam ancorados na ria em frente ao estaleiro. eram janelas ideais para fotografar.

levantava-me de vez em quando e fazia uns registos.

a pouco e pouco fui ficando sem janelas, o fechar do fundo tapava-me a vista: um moliceiro novo enchia-me agora todo o campo visual. e isto também era novo.

neste registo o avelino ajuda a colocar a última tábua. quando ficou no sítio, levantei-me e saí.

muito trabalho há ainda por fazer. desde meter cavilhas, emassar, pintar ….. e voltar a virar de novo o barco para ser acabada a decoração, ser cheio de água e a madeira “fechar”.

amanhã também é dia, mas há cada vez menos dias.

(torreira; 28 de agosto de 2016)

2 thoughts on “construção de um moliceiro (14)

  1. Ainda usarão a estopa de linho para a entrar nas fendas, para a vedação?
    Ao conjunto de entalhes que constituem uma tal ligação dá-se o nome de samblagem ou sambladura.

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