falarei ainda do
silêncio
da memória de
ter sido
do sopro no teu
ouvido
de dois corpos
nus
de duas sedes
de duas fomes
de um só desejo
no mesmo beijo
falarei ainda do
silêncio
até que não me
oiçam
até que dentro de ti
me sintas
e seja o nosso
o grito
Não sei se conhece este filme “Moliceiros” do Adriano Nazareth. É pena o casal de namorados que desfeia um bom trabalho etnográfico.
Agarrado, vai o meu filme “Moliceiros, Tempo para morrer”, do qual já não subscrevo tudo o que disse.
Abraço.
Diamantino Dias
(muito interessante este documentário e a citação de raul brandão, quando afirma ser o moliceiro barco de pesca. quando atravessou a ria de norte a sul, a bordo de um moliceiro, o escritor deve de ter visto as enguias que vinham misturadas com o moliço arrancado ao fundo da ria e pensou “este barco também pesca” – pensou e escreveu. era o tempo da fartura de enguias, mas isso não faz do barco moliceiro um barco de pesca. que sirva de nota a quem descreve o que vê sem saber cuidar do porquê.
não pretendo com isto criticar raul brandão, mas aproveitar para chamar a atenção dos “olheiros” dos nossos dias para quando legendam as suas imagens
se não houvesse homens
quem faria os barcos
quem os manejaria
o futuro dos moliceiros
se o houver
está no querer de quem manda
que homens de fazer
os temos
o rui miguel (russo, índio…) na preparação da regata da ria 2020
foi um dos jovens tripulantes que ganharam a regata do s. paio, de 2021
entre 2010 e 2021 foram muitos os moliceiros que desapareceram. os que de novo foram feitos não os superam.
não vou citar nomes de homens e barcos, mas seja o ti abílio, amigo do peito, mestre das artes do mar e da navegação – que já não tem moliceiro e por isso não estará presente na regata de hoje -, o símbolo do amor a estas aves tão belas a que deram, por arte e ofício, o nome de moliceiros