o tempo passa
não a imagem onde já
nada mais que um nome
reconheço-o
basta-me olhar
virado ao mar
sempre
espera
esperou sempre
e sorriu
sorriu muito
na espuma das ondas
há um sorriso seu
ainda a boiar
lava-me as mãos sujas
da cidade
com a limpidez
do pescador
que já foi
é assim
o tempo de ter sido
no ser hoje ainda
(torreira, 2009)