
massa, joaquim rodrigues
o massa, joaquim rodrigues, é neto do arrais faustino, nascido na murtosa e arrais de renome em meados do século XX, com nome de rua na torreira.
mas não é esta a história que aqui quero deixar. é a dos pescadores e do vinho, uma relação explosiva e histórica, muito pouco entendida por quem devia olhar fundo a vida destas comunidades.
escreveu o almirante jaime afreixo, na revista “a tradição” de beja, um conjunto de artigos subordinados ao tema “Pescas Nacionais: A Região de Aveiro”, no qual, e cito de memória, faz referência a uma das formas de pagamento dos arrais aos pescadores:
a marinha
era paga antes do primeiro lanço do dia e era constituída por pão e um quartilho de vinho (meio litro) que podia ser reforçada, em dias de mar mais bravo, por uma dose de aguardente.
se considerarmos que nas companhas se entrava muitas vezes com 9 anos de idade, fica-se com uma ideia de como era feita a iniciação dos jovens no mundo do vinho.
no mesmo artigo, jaime afreixo, diz ainda ser normal que os arrais ou donos da companha serem também proprietários de tascas que forneciam o vinho.
falamos de finais do século XIX, princípios de XX.
o massa, conseguiu vencer o vício de anos e, sem quaisquer aditivos, cortou completamente com o álcool há já bastantes anos, e mesmo na companhia de amigos, nem uma cerveja…. tem sempre uma garrafa de água.
é de fibra este massa.
nota: ao citar de memória, posso ter cometido alguma menos correcta informação, mas a ideia fica
(torreira; companha do marco; 2010)