crónicas da xávega (346)


a hora do quinhão
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praia de mira; 2009

 
não têm rosto
nunca o tiveram
mesmo que o produto da sua faina
seja o mais apreciado
 
são pescadores artesanais
das artes da arte-xávega
da xávega
 
pescadores
quase todos o foram
para voltarem a ser
 
longe do mar fizeram vida
a vida que o mar lhes negou
 
regressam por vício
ou porque
como o povo diz
o bom filho a casa torna
 
é a hora do quinhão
que foi boa a pescaria
 

de “O FARDO DO HOMEM BRANCO” de madalena de castro campos


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os poemas constantes deste vídeo fazem parte do livro “O FARDO DO HOMEM BRANCO”

 

(nota: este vídeo está classificado para “maiores de 18 anos”, pelo que só é visionável por quem tem canal no youtube [tem de iniciar sessão para o ver])